Estradas melhores representam menos custo de transporte
Investir na melhoria da malha rodoviária para reduzir custos de transporte e aumentar a competitividade do Brasil na produção de grãos continuará como uma das prioridades do Governo Federal em 2024. Para assegurar que o escoamento da safra ocorra de forma célere e segura, estão previstos R$ 4,7 bilhões de recursos públicos para obras estruturantes nos principais corredores logísticos que cortam o país de Norte a Sul.
Os detalhes desse investimento e as ações prioritárias previstas para o setor foram apresentados nesta terça-feira (06) pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, ao lado dos ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Com rodovias em melhores condições, a distribuição dos insumos ocorre em menos tempo de viagem, reduzindo perdas e custos para o produtor. Por isso, para atender ao constante crescimento do setor produtivo e à alta demanda, o Ministério dos Transportes deu continuidade às ações iniciadas em 2023, as quais contribuíram para a ampliação das exportações de soja e milho em relação ao ano anterior.
“Esses investimentos representam a melhoria da malha de forma geral e a conclusão e intensificação de obras estruturantes nos corredores do agro. De 2023 para cá, já tivemos como resultado crescentes exportação e importação, que significa muito mais atividade econômica, com obras que dão acesso aos portos, que fortalecem a chegada dos grãos”, explicou o ministro Renan Filho.
De acordo com Renan Filho, o resultado da retomada de investimentos promovida pela atual gestão possibilitou um aumento expressivo nos índices de condição da malha rodoviária (ICM), medidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em dezembro de 2023 nos principais corredores de escoamento da safra.
No denominado Arco Norte, o crescimento foi de 2 mil quilômetros de vias consideradas em boas condições para o tráfego, atingindo um indicador de 80% de malha rodoviária boa — uma evolução de 28 pontos percentuais. No Corredor Sul/Sudeste, o ICM bom passou de 50% para 65%. A meta do Ministério dos Transportes é chegar a 90% no Arco Norte e 80% no Sul/Sudeste até o fim deste ano. “Com a ampliação da participação dos corredores do Arco Norte nas exportações nos últimos anos, serão aproximadamente 56 milhões de toneladas de fluxo previsto, algo que é muito significativo”, apontou o ministro dos Transportes.
“No Brasil, nada traz mais competitividade ao agro do que a infraestrutura logística. Um transporte mais eficiente, com modais integrados, com portos dando fluidez, isso se reverte em renda, em capacidade de ganhar mercados cada vez mais exigentes e mais competitivos”, reforçou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, as ações articuladas de forma conjunta levarão a um melhor escoamento da produção brasileira. “Esses indicadores colocam o Brasil na rota do maior volume de investimento da América do Sul e mostra que o Governo Federal tem atuado fortemente nos corredores que facilitam o escoamento da produção e para fortalecer os portos do país.”
Arco Norte – Somente no Arco Norte, onde a previsão de investimento para o escoamento da safra deste ano é de R$ 2,6 bilhões, foram executadas em 2023 obras de duplicação, implantação e adequação em rodovias estratégicas: BR-163/PA, BR-155/158/PA, BR-316/PA, BR-364/RO e BR-153/TO. Entre as principais rotas que formam esses corredores estão as BRs-163, 365, 135 e 155/158, além da Ferrovia Norte-Sul, concluída ano passado e que, em 2024, deve movimentar 6,5 milhões de toneladas de grãos.
Ainda em relação às linhas férreas, essenciais para garantir o escoamento da produção, o Governo Federal também garantiu a ampliação da frota da VLI em 168 vagões, e a retomada das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), corredor de escoamento de grãos do oeste baiano. Com um investimento de R$ 1,5 bilhão em 127 quilômetros de extensão do trecho 1F do lote 1, as obras da Fiol seguem aceleradas. O lote 2, no trecho compreendido entre Barreiras (BA) e Caetité (BA), com 485 quilômetros de extensão, também está com 65% das obras previstas concluídas.
Arco Sul/Sudeste – No corredor Sul-Sudeste, 2023 foi marcado pelas obras de duplicação nas BR-470/SC, BR-280/SC, BR-116/RS e BR-386/RS, além da manutenção em corredores como BR-163/MT/MS/PR/SC, BR-262/MG/ES e BR-376/MS/PR. Importante para a logística do centro-sul do país, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) teve 300 quilômetros de frente de obra liberados por meio de processos de desapropriação. Já estão garantidas 8 mil toneladas de trilho, o que possibilitará a montagem de 66,6 quilômetros de via permanente. Para este ano, estão previstos R$ 2 bilhões em investimentos.
Concessões – No Paraná, as condições das rodovias terão a qualidade ainda mais elevada com o início das concessões dos lotes 1 e 2 dos sistemas rodoviários leiloados em 2023 – o contrato com as novas operadoras foram assinados em janeiro. Pelos próximos 30 anos, os 19 trechos de estradas federais e estaduais receberão intervenções que impactarão diretamente a economia regional, com mais facilidade para o escoamento da produção, geração de emprego e renda. Serão R$ 30,4 bilhões – somados investimentos e serviços operacionais.
Para 2024, estão previstos os leilões de mais dois lotes de sistemas rodoviários paranaense e outras oito concessões em corredores do agro que, somadas, devem injetar R$ 95 bilhões em melhorias nas estradas.